sexta-feira, 2 de julho de 2010

The Bebop Era

 O saxofonista Charlie Parker (1920-1955), o mais inventivo e expressivo improvisador em toda a história do jazz

Em 1945, Charlie Parker e Dizzy Gillespie iniciaram, enfim, a parceria que os colocou definitivamente na vanguarda do jazz daquela época. Tocando composições próprias como Hot House, Grovin' High ou Salt Peanuts, a dupla chocava com seus improvisos frenéticos e angulosos os fãs mais tradicionais do gênero swing de orquestras como as de Tommy Dorsey ou Glen Miller. O bebop estava oficialmente lançado.
Sentindo necessidade de renovação, instrumentistas mais ousados e inquietos reuniram-se durante as madrugadas para informais sessões de improviso, as jam sessions. Um lendário palco de experimentação foi o Milton's Playhouse, clube situado no bairro do Harlem, Nova York. Aberto em 1938, logo se tornou popular entre o público negro local. Ao assumir a gerência, em 1940, o saxofonista Teddy Hill formou uma banda da casa com o pianista Thelonious Monk, o baterista Kenny Clarke, o trompetista Joe Guy e o baixista Nick Fenton

Monk e seus parceiros tinham uma estratégia para não verem suas idéias e composições copiadas pelos músicos brancos, como já havia acontecido com as gerações anteriores. “Vamos inventar algo que eles não possam copiar”, dizia o pianista. Para complicar a vida dos bicões que apareciam que apareciam nas jam sessions, eles se reuniam durante o dia para criar complexas melodias. À noite, só precisavam começar a toca-las para que os intrusos perdessem a coragem de copia-las.
As inovações musicais introduzidas principalmente por Parker, Monk extrapolaram o campo da linguagem musical, recusaram-se a assumir o antigo papel de jazzista entertainer com o esteriótipo do artista negro subserviente. Com o bebop, o jazz deixou de ser música para animar festas e bailes, uma radical evolução no estilo. Essa geração queria algo praticamente inédito até então na história dessa musica, ser levada a sério. 

 

Fontes: Bird: The Legend of Charlie Parker, Robert Reisner - London 1974

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