quarta-feira, 28 de julho de 2010

G.G. Allin Manifesto



“Se você acredita no verdadeiro rock'n'roll underground, então é hora de fazer alguma coisa. A hora é agora de derrubar a situação e declarar guerra às gravadoras, estações de rádio, publicações, bares e qualquer um que promova a chamada "cena" que existe atualmente. Precisamos destruir tudo e tomar de volta o que está nas mãos de empresários idiotas e conformistas. Mas a ação deve começar agora e sangue poderá ser derramado. (...) Quando nasci em 1956, o rock'n'roll estava começando a existir. Por quê? Porque eu o criei. Eu criei Elvis. Eu fiz tudo acontecer. Mesmo antes de nascer eu já estava comandando. Mas através dos anos as pessoas deixaram a coisa desandar. É por isso que estou pronto para tomar conta de tudo novamente. Ninguém mais teria culhões. Todos me decepcionaram. O dinheiro e o comercialismo fizeram todos se venderem. Até Iggy me decepcionou. Os Sex Pistols me decepcionaram. Sid me decepcionou quando se apaixonou (é por isso que estão mortos). E hoje temos os Ramones elogiando bandas como o Guns n' Roses, que representam tudo que devíamos destruir. Mas agora estamos em 1991. Esta é a década para a derradeira mutilação sangrenta. Hora de tirar o rock'n'roll das mãos das massas e devolver às pessoas que não aceitariam conforto e conformidade a nenhum custo. Então eu cometerei suicídio em pleno palco e o sangue do rock'n'roll se tornará o veneno do universo para sempre. Olhe ao redor e veja o que está acontecendo. Gravadoras invertebradas beijando o cu do sistema, pressionadas pela grana da mídia e pelos políticos. (...) Devemos sabotar as gravadoras não comprando seus produtos. Um boicote. Se quiser um disco, roube-o. Assim não ficarão com o seu dinheiro. Nós precisamos parar de alimentá-los. Seu apoio deve agora convergir para mim - G.G. Allin, o comandante líder e terrorista do rock'n'roll. Por quê você acha que estou na prisão? Porque eles sabem que eu sou e temem minha verdade. Nossa sociedade quer parar minha missão. Eles querem é fazer uma lavagem cerebral em você e mantê-lo ligado na MTV, em seus estagnados e seguros mundos. É necessário destruir o rock'n'roll. Eu sou o salvador. É por isso que sou considerado uma ameaça à sociedade.”

Trecho do “G.G. Allin Manifesto”, uma espécie de zine que Aliin escreveu durante uma de suas temporadas na prisão. Apesar de soar pretensioso, levou sua vida e o rock'n'roll ao extremo dentro e fora do palco, foi tudo o que os punk's gostariam de ser mas não tiveram coragem. Nos últimos anos de sua carreira as apresentações eram cada vez mais caóticas e violentas, travava confrontos com o público e gostava de se auto-mutilar, as performances terminavam com Allin inconsciente levado para o hospital ou para a prisão. Gravou muito e com inúmeras bandas entre o final dos anos 70 até sua morte em 1993, apesar da precariedade das gravações e da produção, sua banda mais conhecida foram os “The Murder Junkies”, com a qual tocou o terror, literalmente, pela América. G.G. Allin estava a frente de seu tempo, queria trazer o perigo novamente ao rock'n'roll, foi o maior exemplo da verdadeira atitude punk.

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Um comentário:

  1. Foi uma época e tanto...
    Gosto também das composiçoes countrys western e rocks mais classicos

    genial!

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