sexta-feira, 25 de junho de 2010

William Burroughs míssil literário

Uma das mentes mais radicais do século XX

Como escritor, pintor ou escultor, o velho junkie combinou modernismo e surrealismo, imagens e sonhos.
William S. Burroughs nasceu em 1914, em St. Louis, Estados Unidos. Na década de 40 mudou-se para Nova York, onde iniciou sua carreira literária se graduando em Havard e estudou psicanálise. Entre suas experiências, conheceu hospícios, trabalhou como detetive particular, exterminador de insetos e roedores e barman, em fábricas e escritórios, antes disso, foi exonerado do exército e diagnosticado como esquizofrênico. Em 1959, publicou o romance Naked Lunch (Almoço Nu). Seguiu-se Soft Machine (61), The Ticket That Exploded (62), Nova Express (64), The Wild Boys (71) e Exterminator! (73), entre outros, cheios de realismo exasperado, mistura suas experiências e radicalidade joyceana. Seus temas transitam pela burocracia estatal, guerras, tirania psiquiátricas, homossexualismo, drogas, em um universo dominado por leis emanadas da loucura monopolística e tecnologia do mundo pós-industrial. Burroughs disse que sua obra “se volta contra aqueles que se empenham , por estupidez ou vontade, em explodir o planeta e torna-lo inabitável”. Seus personagens negam tudo o que representa o American Way of Life.


Cartaz do filme Naked lunch (1991), inspirado no romance homônimo

Após uma temporada na Europa, Burroughs voltou para Nova York no início da década de 70, onde passou a lecionar e conviver com intelectuais e artistas como Andy Warhol e Susan Sontag.
Participou de inúmeros álbuns musicais, recitando poemas ou outros textos, incluindo trabalhos de Frank Zappa e John Cage. Na década de 80, era visto como um gigante da contracultura. No final da vida, mudou-se para Lawrence (Kansas), onde morreu, em agosto de 1997.
Nos anos 80 e 70 a Editora Brasiliense publicou por aqui, Junky (1953), em que explora suas experiências com heroína, o radical ''Almoço Nu'' e mais tarde, ''O gato por dentro'' e ''Cartas do Yage'' pela LPM Editores. Apesar de ser associado aos escritores da beat generation, Burroughs introduziu inovações estilísticas criando uma literatura experimental alcançada através de fluxos de consciência modificando a literatura no século XX.

William S. Burroughs: olhar de chumbo , premiado da American Academy and Institute of Arts and Letters
 
"Não nos damos conta de até que ponto a história é ficção. O passado em grande parte é invenção dos vivos. E a história é um montão de coisas fabricadas. Não há fatos de verdade."  
William Burroughs, 1978. 

 Fontes: Almoço Nu, Junky, American Academy and Institute of Arts And Letters


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