sábado, 12 de junho de 2010

carcere e sonhos em minha pequena “guerra fria”

com certa dificuldade me lembro de algumas noites frias e adocicadas. ela seguia em suas viagens pelo leste europeu, antigo palco da Gurra Fria, nação formada por filhos do último czar Nicolau II ou Nicolau, o Sanguinário, como foi apelidado, enquanto eu dispersava minha mente para dimensões desconhecidas e leves encantos. uma frase ressoava em meus sonhos - “se deseja modificar sua personalidade não há nada melhor que o casamento”. lembro de noites em que estivera semi-vivo e insone, os sonhos surgiam em plena lucidez.

sentindo-me livre do carcere ao criar imagens naquele pequeno apartamento, imagens que me serviam de companhia. os pequenos fantasmas não levariam minha alma de certo, enquanto pequenos. queriam apenas levar minha sorte, mas convicto, resisto a suas ofertas e mimos. debruçava-me em um pouco de haxixe e vinho em tais ocasiões de meu perene encanto. lembro da madruga e a t.v me brindando com seu mal gosto, alguns cães uivando e o sono não era uma realidade. lembro de avistar o invisível e cores em meio à penumbra, enquanto dividia o “ego” em partes iguais na mesa de vidro me sentindo afortunado por tamanha solidão ocasional e esperando o amanhecer. última lembrança, uma cópia de Van Gogh na sala, onde 1,80m me separava de suas cores quentes e vibrantes, mas se aproximava na medida em que Baco (Dionísio grego) me enaltecia com sua visita. da mesma forma eu o reverenciava e a outras vidas passadas. era um carcere de belos e lúcidos sonhos.

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